Arnaldo Antunes
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Arnaldo Antunes

São Paulo, São Paulo, Brazil | MAJOR

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Music

Press


"Arnaldo Antunes"

ARNALDO ANTUNES has been doing music, poetry, performances and interventions in other media since 1980.

He has published five books: OU E (1982); Psia, Ed. Expressão/Ed Iluminuras, São Paulo (1986/2nd edition); Tudos, Ed. Iluminuras, São Paulo (1990/3rd edition); As Coisas - Jabui Poetry Prize, Ed. Iluminuras, São Paulo (1992/3rd edition) and 2 ou + corpos no mesmo espaço Ed. Perspectiva São Paulo (1997).

In 1982 he founded the rock group Titans (Titãs) and performed with them until 1992. They released seven albums by Warner/Brazil, winning many gold and platinum L/P's: Titãs, Televisão, Cabeça Dinossauro, Jesus Não Tem Dentes no País dos Banguelas, Go Back, O Blésq Blom and Tudo ao Mesmo Tempo Agora.

He has composed for Jorge Benjor, Marisa Monte, Gilberto Gil, Marina, Arto Lindsay, Péricles Cavalcanti, João Donato, Carlinhos Brown, Cazuza, Roberto Frejat, Edgard Scandurra, Arrigo Barnabé, Paulo Leminski and Alice Ruiz.

Arnaldo as written more than 150 songs recorded by such artists as: Gal Costa - Cabelo; Jorge Benjor - Cabelo; Gilberto Gil and Caetano Veloso - As Coisas; Maria Bethania - Lua Vermelha; Marisa Monte - Beija Eu, Alta Noite, Volte para o Seu Lar, Comida, Bem Leve, Eu Não Sou da Sua Rua and De Mis Ninquém; (included in the film Blue in the Face by Wayne Wang U.S.A. 1995); Marina - Grávida (APCA award for the best song of the year 1991); Barão Vermelho - Quem Me Olha Só, Lente, Nã o Me Acabo; Sandra de Sá Tempo; Ney Matogrosso - Comida; Adriana Calcanhoto - Estrelas; Cássia Eller, Cazuza, Ira!, Péricles Cavalcanti, among others.

In 1993, after leaving the Titans, he released NOME, a multimedia project developed from his poems and songs. The project includes a video, a book with a graphic version of its images and a CD.
Paulo Tatit, Rodolfo Stroeter and Arnaldo Antunes produced the CD NOME, in which Marisa Monte, Arto Lindsay, João Donato, Péricles Cavalcanti, Edgard Scandurra, Peter Price, Zaba Moreau and Zé Eduardo Nazário participate. The CD contains the same music and sound poetry of the video soundtrack.

Arnaldo Antunes, Celia Catunda, Kiko Mistrorigo and Zaba Moreau used computer animation, photos, recorded images, moving text, music, poetry, calligraphy, typography, to produce the video - 30 short pieces in 53 minutes. The video NOME has been screened in: Brazil, USA, Austria, Italy, France, Germany, Spain, Australia, Holland, Uruguay, Argentina, Colombia and Chile. It received an Honorable Mention in the First Annual New York VideO Festival in 1994 and a Recommendation of the Jury in the International Video Festival of Vigo, Spain in 1995.

The concert NOME, based on the CD and the video, was shown all over Brazil during 1994. The Brazilian visual artists Nuno Ramos and Gualter Pupo created the set design. During the hour and 10 minutes, simultaneously with the with the live music, sections of the video are projected onto a suspended giant white shirt which is inflated by a wind machine. There are five other suspended giant white shirts over the stage that are lite and wind blown. Voice, sampler, electric and acoustic guitars, bass and drums work together with the sound of a percussion structure made of plastic, wood and iron pieces from a junk deposit, specially for the concert.

Edgard Scandurra, Paulo Tatit, Pedro Ito, Peter Price and Zaba Moreau performed in the original concert version of Nome and most recently for the CD and live concert of Ninguém.

Recently Arnaldo took part in the event Dentro Brasil (Inside Brazil), with a poetry-installation, an exhibition of his visual poetry and the video NOME, alongside a multimedia installation by Bruce and Norman Yonemoto and a program of 23 videos by Brazilian video artists, at the Long Beach Museum of Art in California. For the opening of this event he did a performance of NOME with Zaba Moreau using poetry, music and video projection.

In 1996 he began working on his third CD O Silencio (The Silence), BMG-Ariola/Brasil.

Last year for the New Vision Florida/Brazil Festival he performed the concert version of NOME and installed a wall work for the exhibition, The Manipulated Word Text & Image.

http://www.tigertail.org/arnaldo.html - Tigertail.org


Discography

2009 - Iê Iê Iê (CD)
2006 - Qualquer (CD)
2004 - Saiba (CD)
2002 - Tribalistas (CD) - Em parceira com Carlinhos Brown e Marisa Monte
2001 - Paradeiro (CD)
2000 - O Corpo (CD)
1998 - Um Som (CD)
1996 - O Silêncio (CD)
1995 - Ninguém (CD)
1993 - Nome (CD)

Photos

Bio

2009 - Iê Iê Iê

RELEASE - Arnaldo Antunes

Iê iê iê por Arnaldo Antunes

Iê iê iê é uma palavra que não está no dicionário, mas todo mundo sabe o que significa. Música jovem de uma época, com seu repertório de timbres, trejeitos, colares, carros e cabelos, o termo traduz um estilo que parece ter ficado parado no tempo, como se fosse um nome que se dava ao rock'n roll antes dele se chamar rock'n roll. Uma espécie de proto-rock, que se desdobrou em muitos afluentes de tendências e fusões.

Citado pelos Beatles em She Loves You (yeah yeah yeah) e por Serge Gainsbourg em Chez Les Ye Ye Ye, a expressão caiu na boca dos brasileiros para nomear a música da Jovem Guarda, motivando, na época, entre as mais diversas reações, os ternos versos de Adoniran Barbosa: "Eu gosto dos meninos desse tal de iê iê iê / Porque com eles canta a voz do povo / E eu que já fui uma brasa / Se assoprar eu posso acender de novo".

A decisão de chamar esse disco de IÊ IÊ IÊ veio antes da sua feitura. Eu, que, em geral, decido os títulos só depois dos trabalhos concluídos, sabia dessa vez, desde o início, que queria fazer um disco de iê iê iê, chamado IÊ IÊ IÊ. Um pouco pelo sabor das coisas que vinha compondo, um pouco pelo desejo de voltar a uma sonoridade mais dançante, depois de dois discos (um de estúdio, QUALQUER, e outro ao vivo, também registrado em DVD, AO VIVO NO ESTÚDIO) gravados com uma formação mais leve, apenas com instrumentos de cordas (violões, guitarras, baixo) e piano (substituído no AO VIVO por teclados ou sanfona); sem bateria nem qualquer instrumento de percussão.

Um tanto por temperamento, mas também por herança tropicalista, sempre fiz discos marcados pela diversidade e pela mistura, livres da idéia de "gênero musical". Talvez por isso mesmo (pelo desafio de fazer algo diferente), quis que essa minha volta a um som de banda com bateria, tivesse uma face mais coesa.

Cheguei assim ao desejo de fazer um disco de gênero, com possíveis variações rítmicas, mas mantendo um campo de referências no que podemos chamar de iê iê iê. Não por saudosismo, mas pelo anseio de revitalizar o estilo, numa linguagem mais contemporânea e com letras que tentam incorporar novas questões e pontos de vista a ele.

As referências são muitas: Surf Music, Jovem Guarda, a primeira fase dos Beatles, trilhas dos filmes de faroeste, o twist, Rita Pavone, programas de auditório e todo um repertório da cultura pop que se traduz em canções contagiantes e de apelo direto.

Gosto da idéia de dar a um disco o nome de um gênero. Lembro do Rock'n' Roll, de John Lennon, que me marcou fortemente. Mas, ao passo em que ele abordava uma modalidade musical que continuou existindo, mudando e se atualizando, seu repertório apresentava clássicos, relidos com emoção e verdade na voz de Lennon.

Já IÊ IÊ IÊ não é um álbum de releituras, mas de canções inéditas, a maior parte delas feita recentemente (por mim, com alguns parceiros como Marisa Monte, Carlinhos Brown, Liminha, Paulo Miklos, Branco Mello, Ortinho, Betão Aguiar e Marcelo Jeneci, entre outros), dentro desse estilo, ou ao menos concebidas como algo próximo a ele, nas melodias, timbres, ritmos e vocais.

Para amarrar ainda mais o conceito, compus, com Marisa Monte e Carlinhos Brown, a faixa-título, que abre o disco apresentando um refrão que repete a expressão "iê iê iê".

Gravamos todo o disco com uma mesma banda, formada pelos músicos que já vinham me acompanhando nos trabalhos anteriores --Chico Salem (violão e guitarra), Betão Aguiar (baixo) e Marcelo Jeneci (teclados) -- somados a Edgard Scandurra na guitarra e Curumim na bateria. Todos também responsáveis pelos vocais, que têm presença marcante no disco. Para produzir, convidei Fernando Catatau, cujo trabalho na banda Cidadão Instigado tem muita afinidade com o tipo de sonoridade e timbragem que eu estava buscando. Catatau deu sugestões muito originais para o som e contribuiu inventivamente para os arranjos, além de tocar algumas guitarras e participar dos coros.

Não poderia deixar de mencionar a importância do competente Yuri Kalil, nosso engenheiro de gravação e mixagem, que também soube, em seu estúdio Totem, criar um ambiente onde nos sentíssemos inteiramente em casa. E de outros músicos que participaram especialmente em algumas faixas: Régis Damasceno, Clayton Martin, Lana Beauty e Michele Abu.

Para mim, esse disco tem ainda um gosto de retorno a algo do início de minha carreira, quando formamos os Titãs, que nos dois primeiros anos de existência tinham o nome de "Titãs do Iê Iê".

Arnaldo Antunes
maio de 2009

ps: Já tinha terminado de escrever este release quando soube que Erasmo Carlos está lançando um disco novo, chamado "Rock'n Roll" (como o de John Lennon, que eu cito no texto). Achei uma coincidência simbolicamente interessante o fato dele, que começou sua carreira nos anos 60, dentro do que chamavam de iê iê iê, lançar esse disco na mesma época em que eu, que comecei nos 80, dentro do que chamavam d