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"Ganeshas' Album Review"

GANESHAS - GANESHAS (2011)

Escrito por Pedro Hollanda

Olá! Venho novamente rasgar minha seda no blog, falando dos discos que fazem a minha cabeça. O disco de hoje é muito especial, porque eu esperei muito tempo para poder escutá-lo, e devo dizer que não fui decepcionado. É um disco acima de tudo carioca, concebido por cinco garotos que fizeram algo que muita gente no mundo da música não faz hoje em dia: parar para pensar. Eu trago para vocês Ganeshas.

Muitos críticos tendem atualmente a analisar estreias como se fossem trabalhos de artistas consagrados, esperando maturidade e sofisticação de bandas que ainda não definiram seu som. Em uma realidade onde a melhor banda do mundo varia de acordo com os quinze minutos de Warhol, algo que bandas estreantes deviam considerar é esperar antes de lançar o primeiro álbum.

Ganeshas é uma banda carioca que usou seu tempo precioso – dois anos – para gravar sua estréia homônima. Deixou o som amadurecer, as canções tomarem forma. O resultado? Uma obra sofisticada, incrível até, considerando a idade dos integrantes (a média de idade dos integrantes é 22 anos). O grupo formado por Brenno Quadros, Bruno Keleta, Felipe Fernandes, Marcelo Castilho e Felipe Genes fez um álbum exuberante, contendo influências da MPB não aliadas, mas fundidas com sensibilidades roqueiras de garotos que cresceram amando tanto o que vem de fora como a herança musical do Brasil.

O disco abre com um dedilhado de violão vigoroso. Brenno Quadros, o vocalista, começa a entoar o nome da faixa, e um desejo de boa viagem ao ouvinte: Vai sem medo. A faixa começa tranqüila, até entrarem as guitarras. É aqui que eu devo apontar as estrelas do álbum. Bruno Keleta e Felipe Fernandes fazem um jogo entre seus instrumentos, sempre tentando um superar o outro, com resultados sempre positivos. Em Botando na Caçamba, um rock displicente com levada rastapé, harmonias vocais brincam no meio das guitarras, aludindo às brincadeiras de A Minha Menina, famosa na versão dos Mutantes (outro disco a ser resenhado certamente aqui no blog).

O disco continua com duas canções grooveadas, Jesus e Capoeira, lembrando Jorge Ben, com pitadas de Stone Roses, Funkadelic e Jimi Hendrix. Tudo um prelúdio para o ponto alto do disco. A Indesejada, a canção mais longa do disco – ainda que só tenha cinco minutos – é um xote psicodélico carregado pelo balanço da parte rítmica, formada por Marcelo Castilho e Felipe Genes. Os dois formam uma dupla bem entrosada, segurando a barra em vários momentos que o álbum poderia dar viradas perigosas rumo ao lugar comum. As guitarras de Felipe Fernandes e Bruno Keleta, a deste imitando um cavaquinho, e a escaleta tocada por Brenno Quadros contribuem para uma canção visceral que pode tornar-se com o tempo a grande canção da banda.

O disco continua com A Máquina, cuja introdução estilo Enio Morricone dá a tom para outra boa canção, propulsionada pela cozinha, deixando as guitarras livres para fazer estrago. O solo de guitarra dessa música está entre os melhores do álbum. Fazendo Cena, a faixa seguinte, é o mais próximo que o álbum tem de uma balada, com ecos do rock dos anos 50, seja nos uh-la-lalas das harmonias vocais, na guitarra sutil, ou na melodia agridoce. Em seguida vem o blues Mi Menor, ponto alto das apresentações ao vivo, pelo clímax que provém ao duelo dos dois guitarristas. O drama corre solto na letra, um conto de amor maldito.

Debaixo dos Panos, como o nome sugere, é a faixa mais sacana do disco, e Brenno Quadros apresenta uma das melhores letras do álbum. Sobre Fantasias e Invenções tem uma introdução tardia à banda, um gracejo embalado pela música mais jazzy do álbum. Trem, canção de trabalho cujo clipe estrela Gregório Duvivier e Rafael Queiroga, é uma boa e honesta canção de rock, algo que estranhamente não havia aparecido até agora no disco.

O disco fecha com Tá Tudo Bem, uma bela canção de ninar que lembra Chico Buarque. É uma tendência bandas terminarem discos com canções mais lentas. Algumas vezes, são canções pouco memoráveis fora de lugar. Outras vezes são uma coda elegante que faz sentido considerando a sequencia das faixas. Tá Tudo Bem pertence à segunda categoria, fechando o álbum de maneira magistral.
É difícil dizer qual será o impacto desse álbum, se é que terá algum na cena nacional. Não é um disco perfeito, tem suas falhas, mas é sem dúvida um tour de force que estabelece um padrão a ser superado pelas novas bandas cariocas.

Trocando figurinhas com...
Ganeshas


Esse é um quadro que não deve aparecer tão frequentemente no blog, pelo menos no futuro próximo. Como tive a oportunidade de ouvir a estréia do Ganeshas antes do lançamento para escrever a resenha que você acabou de ler, resolvi abusar da minha sorte e pedi uma entrevista. Os caras da banda foram gentis e consentiram.


Ok, vamos começar. Antes de falar sobre o disco, qual é a origem da banda? Quais são os membros mais antigos da banda?


No início, nós criamos o céu e a terra, e toda forma de vida que aqui habita. Sério agora: a história da banda esta intimamente conectada à Gavea. Tirando o baterista, todos passamos boa parte da nossa vida escolar no bairro, e daí nos conhecemos. Pode parecer estranho, mas 6 anos atrás não era moda ter banda de rock, e fazer música não era das atividades mais cobiçadas pelos adolescentes. Então para encontrar algum "partner in crime", era preciso garimpar e romper as barreiras da escola. Os membros mais antigos da banda são Brenno Quadros (vocalista), Marcelo Castilho (baixo), Caio Moraes (guitarra) e Felipe Genes (bateria). Essa foi a formação do primeiro ensaio. Para o segundo ensaio, eles tiveram a brilhante ideia de chamar um quinto elemento, para assim dividir os custos do estúdio. E foi assim que chegou Bruno Keleta, na outra guitarra. Após algum tempo, Caio Moraes deixou a banda para se dedicar à faculdade de História, e para o lugar dele foi recrutado Felipe Fernandes, parceiro de Brenno e Bruno em uma banda anterior. E assim foi solidificada a formação que há 3 anos traça seu caminho pelos palcos do Brasil.


Muito bom, resposta abrangente. Agora, logo na primeira audição do álbum eu percebi certas diferenças em algumas canções. Qual foi o processo de seleção de músicas para o disco, quantas canções que vocês tocam ao vivo não entraram no álbum?


O disco e resultado de um trabalho de cinco anos, então ele possui cancoes de todas as fases da banda. Como não tivemos patrocínio, o processo de gravação foi longo, dividido em duas etapas: em 2007 e 2009. Nesses dois anos, naturalmente, nós mudamos muito, então não só estão diferentes as composições como nossas concepções de arranjos. Por esses e outros motivos esse disco é tão importante para nós.
Das músicas que tocamos nos shows, apenas duas ou três mais recentes não estão no disco. Mas agora que conseguimos "dar a luz" a esse album, podemos nos focar na renovação do repertório.


E a capa? Ela é em criativa. De onde saiu a idéia e quem fez?


A ideia do "pedal de guitarra com pedais" partiu das mentes insanas dos designers Daniel Frota, Kammal Jamil e Bruno Senise. O projeto final da capa, assim como nosso site oficial, no entanto, foram projetos do Daniel.


Eles são amigos de longa data da banda?


Kammal já era amigo do peito de colégio. Bruno e Daniel conhecemos na faculdade, mas já poderiam ser considerados camaradas de longa data. Aliás, os amigos sempre foram de fundamental importância na nossa trajetória. Nosso primeiro clipe, da música "Trem", por exemplo, foi todo escrito, dirigido e produzido por grandes amigos nossos, estudantes de Cinema na PUC.

E quem são esses amigos?


A direção foi assinada por Gabriel Flaksman, então estudante de cinema na NYU, e por Lourenço Parente, estudante de cinema na PUC. Mas a equipe contava também com amigos como Rafael Salim, Tiago Rios, Beatriz Salgado, Constanza de Cordova, entre muitos outros.


O clipe também estrelou o Rafael Queiroga e o Gregório Duvivier, não foi? Lendo os agradecimentos do álbum, é possível ver nomes como Gilberto Gil, Kledir Ramil, Mallu Magalhães e Cabelo Veludo. Como alguns desses apoios ocorreram?


Sim, o clipe estrelou os dois. Esses nomes que constam nos agradecimentos são, mais uma vez, de amigos. Pessoas que ao longo desse trabalho acreditaram e nos ajudaram a finalizar o álbum. Sem eles, talvez nem existisse o CD. Seremos eternamente gratos.


Bem, pra finalizar, quais são os planos para acompanhar o lançamento? Shows fora do Rio estão na agenda?


Os planos são divulgar o maximo possivel essas musicas, que finalmente ganharam gravacoes definitivas. Ainda nao temos shows fora do Rio marcados, ja que ficamos um bom tempo nos dedicando integralmente à finalizacao do CD. Mas eles estao naturalmente nos nossos planos.

Mais uma última pergunta antes de irmos. A saideira! Quais são os nomes da cena carioca que o pessoal do Ganeshas curte?


Citando alguns nomes que vêm à cabeça logo de cara: Los Bife, Artful Dodgers, Novocaines, 7 Por Meia Dúzia, Os Dentes, entre muitas outras. A cena carioca está crescendo e reavivando uma cultura que havia muito estava esquecida. Nao podemos deixar de citar tambem uma excelente banda de Volta Redonda, mas que volta e meia aparece por aqui: Os Amplexos.


Bem, é isso. O álbum ficou ótimo e vocês merecem todo sucesso que vier.
- Pedro Hollanda


"The Indie Rock in Rio de Janeiro"

With all the marketing buzz from the upcoming Rock in Rio festival, it is natural to ponder the state of the rock and independent music scene in the Marvelous City. After all, rock isn’t a native tradition and many of the venues that host live music tend to err on the side of caution, booking samba bands that play covers. While it is a challenge to find, original rock music in Rio does exist.

Ganeshas
Many bands have tried to combine rock and MPB (Brazilian pop) and failed miserably. Yet, the Rio de Janeiro-based band Ganeshas does more than one thing right in making your ears comfortable with the idea. According to the well-known Brazilian artist Kledir Ramil, “Today I see with joy that what for us was a battle of enormous effort, Ganeshas performs naturally, as if the walls had never existed.” Come out to their CD release party and music video debut at Espaço Acústica on June 5th with DJ Salim.
See more at: http://www.myspace.com/ganeshas - The Rio Times


Discography

CD "Ganeshas" (2011)

Photos

Bio

Ganeshas - known indie rock band in Rio - released their awaited debut album in 2011. The CD, which is already being sold in some stores in Brazil, combines an accessible format with eclecticism. Ranging from alternative rock to lullabies, the five members flirts also with the blues and many brazilian genres, never repeating itself or becoming boring.

Like any rock band that worth its salt, Ganeshas are better playing live. Watching their concert is mandatory for all who enjoy thir music. They have performed in places such as Natal (Mada Festival), Brasilia, Teatro Odisseia, Mistura Fina, Scala and the 4 times at the PUC University’s “Spring Festival”, where they always had guaranteed crowd house. In 2008, they’ve won the “B de Banda” Festival, promoted by the newspaper “Jornal do Brasil”, which secured their place in the MADA Festival, in Natal. The presentation in Natal was very well received by the public, resulting in the creation of a fan club in town, and the local press described their show as "the best concert of the indie bands at the whole festival." In the same year, were invited to do the opening concert Tom Zé during “Virada Cultural Carioca” (promoted by the City Hall) and played at the MTV’s Universities Festival.

"Trem" was the song chosen to become the first official videoclip of Ganeshas. Starring Gregorio Duvivier and Rafael Queiroga (very well comedians in Brazil), the video was written and directed by Gabriel Mariani and Lorençoo Parente and produced by some friends, mostly cinema students of PUC-Rio. The video tells the story of a neighbor who, annoyed by the loud music played in the upstairs apartment, build a robot to kill the responsible for the party.