Negra Li
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São Paulo, São Paulo, Brazil | MAJOR

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Discography

2006 - Negralivre
2004 - Guerreiro, Guerreira

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Bio

NEGRA LIVRE

“Eu adoro voz de mulher, de mulher que canta. Quando recebi esse convite não tive dúvidas. Sem hesitação quis estar presente no disco dessa voz, dessa cantora, dessa mulher – Negra Li”.
- Nando Reis

“Então, Negra Li. É sua vez de provar. Canta, grita, põe pra fora. Ninguém pode te impedir de falar”. O chamado de Marcello Red abre NEGRA LIVRE provocando: chegou a hora de Liliane de Carvalho fazer seu trabalho sozinha. A menina que nasceu na Vila Brasilândia não tem mais o ombro (e a voz, e o discurso) do amigo de Helião, o parceiro de seu disco de estréia. Agora, é ela quem paga a conta.

Gravar um disco solo não estava nos planos de Negra Li quando o convite da Universal Music apareceu, lá em 2004. Ela vinha do trio de rap RZO (Rapaziada Zona Oeste) e estava acostumada a um esquema coletivo de criação.

Sabiamente, achou que ainda não era o momento de gravar um disco solo. Conversou com a direção da gravadora e conseguiu emplacar seu projeto em parceria com Helião. O resultado, o ótimo Guerreiro, Guerreira entrou para a história como o primeiro disco de rap brasileiro bancado por uma multinacional. E ela, Negra Li, subiu ao posto (criado para ela, já que nunca houve outra desse porte) de nossa maior estrela na arte das rimas. Era o rap começando sua escalada ao mainstream.

As gravadoras começaram a se interessar por Negra Li em 2000, despertadas por sua participação em “Não É Sério”, faixa do CD “Nadando com os Tubarões”, da banda santista Charlie Brown Jr. Desde então, e até chegar a Guerreiro, Guerreira, ela foi desviando das várias propostas que foram aparecendo. Não se deixou cair em tentação – o que, convenhamos, não deve ser tão fácil assim para ninguém, menos ainda para quem levou uma vida dura feito a dela.

Liliane nasceu há 27 anos na Vila Brasilândia, um dos bairros mais violentos da periferia da zona norte de São Paulo, onde as coisas não costumam ser das mais fáceis. Descobriu sua voz na igreja, que freqüentava mais pela cantoria do que por qualquer outra razão. Aos 12 anos, alguém disse que ela tinha beleza suficiente para desfilar. Com o apoio da mãe, fez pequenos desfiles até completar 14 anos e entrar para uma escola de teatro.

A música veio dos 16 para os 17, quando um amigo precisava de uma voz para seu grupo de rap. Em uma apresentação com este grupo (do qual ela sequer lembra o nome), conheceu Helião e foi levada para o RZO – essa, sim, sua grande escola. Ali, começou a exercitar seus talentos de compositora, criou um discurso político, fortaleceu sua voz.

Em 2000, foi procurar o coral da USP para “aprender a cantar”. Apaixonada por rhythm´n´blues, jazz e música negra melódica, passou a adolescência com o ouvido colado no rádio para imitar os vocais tortuosos de algumas de suas cantoras favoritas, como Lauryn Hill, Whitney Houston e Mary J. Blige. Há dois anos está matriculada em uma escola de música, onde também aprende piano.

Livre

2006. Já sem Helião co-assinando a capa do disco, Negra Li chegou à gravadora querendo cantar... bossa nova. Susto geral. Essa vontade era reflexo direto das aulas na escola de música, da paixão crescente por Elis Regina, da carga potente de informações musicais e extramusicais que vem recebendo nesses últimos anos. Reflexo também de seu mergulho no universo feminino em trabalhos recentes no cinema e na TV com o filme e a série Antônia, onde contracena intimamente com mais três mulheres e convive com assuntos bem distintos daqueles do mundo masculinizado do rap.

NEGRA LIVRE não é um disco de bossa nova. Muito longe disso, tudo nele foi concebido com a pegada do hip-hop. Dessa área, comparecem os versos do rapper paulistano Lino Crizz, os dos cariocas do Dughettu e do próprio Helião. Negra Li, a compositora, solta o verbo em seis das doze faixas, muitas delas escritas ainda em seus tempos de RZO (Na época, como ainda não tinha acesso a um gravador para registrar as novas crias, cantava o dia inteiro, uma por uma, até que tudo ficasse devidamente decorado.).

Por outro lado, o disco expande o universo estético de Negra Li em golpe radical, somando autores e repertório que fogem completamente dos domínios do rap. Exatamente como ela queria. Um time pop invade a cena, a começar por Você vai estar na minha, feita a partir de “Eu sei (na mira)”, canção composta por Marisa Monte para seu segundo disco, “Mais”. A gravação de Negra Li já tem um clipe, dirigido por Hugo Prata e Karina Ades.

Nando também participa do time de compositores do álbum de Negra Li. Ele compôs Negra livre que, de tão biográfica, acabou batizando o álbum todo.

Caetano Veloso também prometeu uma canção para Negra Li. Os dois se conheceram em 2003, quando o baiano participava de um disco de Elza Soares no mesmo estúdio que o RZO fazia umas gravações. A intimidade aumentou depois que Caetano foi o responsável pela entrega do prêmio Hutus para Guerreiro, Guerreira. Negra Li puxou o cantor para o fundo do palco e pediu uma música para o disco