Nuno Mindelis
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Nuno Mindelis

São Paulo, São Paulo, Brazil | MAJOR

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"As Guitarras de NUNO MINDELIS"

Desta vez, conheceremos um pouco sobre as guitarras de nosso bluesman importado, Nuno Mindelis. Cada uma de suas excelentes guitarras tem muita história pra contar. E isso não é de se estranhar, vindo de um guitarrista que começou sua trajetória musical com uma guitarra construída por ele mesmo, feita de latão, pedaços de cabo de vassoura, e outras "peças de sucata".


Gibson Les Paul Custom 1973 Black

Dentre as guitarras que Mindelis possui atualmente, a que está a mais tempo com ele é uma Gibson Les Paul Custom, de cor "Black", do ano de 1973. A Les Paul Custom é uma variação de luxo do modelo Les Paul, que vem com frisos duplos tanto nas laterais frontais, quanto nas laterais de trás do corpo, frisos ao redor de todo a escala do braço, incluindo o "headstock", ferragens douradas, escala de ébano (madeira especialmente cara) e marcação maior que o normal, em madrepérola. Uma espécie de diamante estilizado vem incrustado no head stock também.
O corpo é de mogno com tampo em maple. O braço é de mogno, com escala em ébano (como dito). A característica sonora dessa guitarra é o timbre muito encorpado e os agudos bem fortes, devido à sonoridade da escala de ébano. É uma guitarra que não costuma ser muito utilizada em shows, em virtude de seu grande peso (o corpo tbm é mais espesso que o normal). Vejamos o que Mindelis tem a dizer sobre essa guitarra:
"Na verdade, eu comprei essa guitarra em 73, mas o seu ano é ainda indeterminado, pois faz parte de uma série desenvolvida na época especificamente para exportação para o Canadá, com uma serialização distinta. A serialização pelos padrões americanos, que indica ser de 73, não é precisa. Não confere totalmente nesta guitarra. Indica no máximo a década de 70. Eu comprei influenciado por Henry Vestine (Canned Heat), que tinha uma. EU tinha 15 anos e ouvia Canned Heat sem parar. Varri o chão e carreguei todo o tipo de material numa fábrica de camisas em Montreal para comprar a guitarra. Quando tinha o suficiente, comprei-a e saí do emprego. Ela foi feita ainda em Kalamazoo (fábrica original em Michigan). É conhecida como "Fretless Wonder". Ainda tenho a nota fiscal da compra da guitarra e o manual. Deixei de usá-la ao vivo por causa do peso (mogno maciço...). Tenho problemas de coluna... A melhor guitarra da casa, uso mais em estúdio."


Shecter Telecaster Custom

Esta outra guitarra de Mindelis é um troféu de seu talento, que foi reconhecido merecidamente pelos americanos em 1998, quando Mindelis ganhou o 30° concurso de aniversário da guitar player americana. É uma Shecter Telecaster, com corpo em Ash e braço em maple, com escala em jacarandá. A característica de uma tele assim é o timbre bem agudo, metálico e estalado. O corpo em ash dá agudos mais brilhantes, e o captador preso à ponte da o timbre metálico. Vejamos as palavras de Mindelis sobre a guitarra:
"Ela foi fabricada sob encomenda para o vencedor do "30th Anniversary Guitar Player Magazine Competition" em 1998. Uma jóia de guitarra. Um primor de fabricação. Uma das poucas guitarras contemporâneas que considero muito boas. Madeira crua, encerada, caps Shecter Califórnia, switch single/double coil. Às vezes uso no show, como segunda guitarra. Mas de fato é raro eu usar uma segunda guitarra no mesmo show. Sou desajeitado demais para trocar de guitarra no palco..."


Gibson Les Paul SG 1973

As gibson SG tem o corpo todo de mogno, braço colado de mogno com escala de jacarandá. O som é mais macio do que o das outras les paul, sem o agudo conferido pelo tampo de maple das suas irmãs. Sobre a de Mindelis:
"O ano dela foi aferido pela data dos "pots" e pelos mini humbuckers que, nos modelos da primeira metade do 70, só saíram em 1973. Sua cor é castanha, tipo a do Tommy Iommi. Achei numa loja em SP e, apesar do estado (péssimo) em que estava (como se tivesse uma verdadeira máscara camufladora). Saquei tratar-se de outra Kalamazoo, portanto de ótima fabricação. É mais leve que a fender 58 (nunca achei que algum dia acharia algo mais leve que ela). As SGs dessa época eram muito boas e, embora não tenham o interesse dos colecionadores, têm o interesse muito grande dos músicos, especialmente nos EUA. É uma "guitarra de músico" mesmo. A Gibson vivia uma fase de indefinições no começo dos anos 70 (a cada ano, um modelo saía diferente do outro, a Gibson atirava para várias lados, tentando acertar) e curiosamente acertou muito entre 72 e 74. É a guitarra que tenho usado. Une a leveza de "hardware" da fender com o "gordinho turbo" das Gibson. Uma delícia de "navegabilidade".


Fender Stratocaster 1958 3 tone sunburst

1958 é um ano de transição para as fender stratocasters. Até então, elas eram feitas com braço em maple e "two-tone" (dois tons) sunburst. Essa de Nuno é uma das primeiras a ser feita com "three tone" sunburst (três tons - preto, vermelho e amarelo), mas ainda manteve o braço e escala em maple. No ano seguinte viriam as primeiras stratos com braço tendo escala em rosew - Blues'n Jazz Magazine


"Nuno Mindelis"

Sabe aquele ditado que diz que santo de casa não faz milagre? Pois é, ele serve direitinho para o guitarrista Nuno Mindelis, grande nome do blues brasileiro e internacional, um cara que é mais valorizado lá fora do que aqui no Brasil. Mindelis tem um estilo peculiar de tocar guitarra, não usa palheta ao vivo, manda bem em solos e bases, e ainda improvisa como ninguém. Durante seus shows, costuma descer do palco, tocar entre a galera e parece se divertir demais com tudo isso.

Com cinco álbuns de blues na carreira (Blues e Derivados de 1989, Long Distance Blues de 1992, Texas Bond - gravado junto com Chris Layton e Tommy Shannon, do Double Trouble, banda que acompanhava Steve Ray Vaughan - de 1996, Blues On The Outside de 1999, e Twelve Hours de 2003, todos cantados em inglês), Nuno está preparando seu primeiro trabalho fora desse estilo. Outros Nunos é cantado em português e conta com participações variadas de gente como Zélia Duncan e o rapper Rappin Hood.

Nascido em Cabinda, em Angola, o bluesman se apaixonou pela guitarra aos cinco anos. Aos nove, já mandava brasa em instrumentos construídos por ele mesmo enquanto ouvia gente como Otis Reeding. Aos 18 anos, exilado após a independência de seu País, foi morar no Canadá (onde já tocava blues em bares locais) e um ano depois escolheu o Brasil como pátria. O S&Y teve a oportunidade de bater um papo com essa figura, gente finíssima, que defendeu a importância da eleição como melhor guitarrista de blues pela revista gringa Guitar Player (em 1998, aniversário de 30 anos da publicação), falou do blues no Brasil, de jam sessions com seus ídolos e o novo caminho que pretende percorrer. Confira.

Como é isso de nascer em Angola, passar pelo Canadá, chegar ao Brasil e virar uma fera do blues?
Eu nasci em Angola, e achei que era angolano (risos). Vivi lá até os 17 anos, quando tive que sair por causa de uma guerra violenta. O povo angolano não ficou dono de Angola, que passou a ser da União Soviética. Era como se houvesse quatro exércitos no Brasil brigando pelo poder. Então fui para o Canadá, perdi absolutamente tudo, fiquei com a roupa do corpo. Do Canadá fui para o Rio de Janeiro, fiquei três meses e vim para São Paulo. (Nuno tem nacionalidade portuguesa, aceita para se viver no Brasil. Oficialmente ele não é naturalizado brasileiro).

Quando você escutou um blues pela primeira vez e decidiu que era isso que você queria?
Eu me lembro de ter gravado em uma fita cassete, e nem sei se esse registro existe ainda, mas decidi que faria blues para o resto da vida exatamente nessa transição que Angola tornou-se independente e fui exilado para o Canadá. Lembro-me de ter feito uma fita ao assistir Willie Dixon no Café Montreal, em 1975. Foi uma decisão que tomei naquela altura com absoluta convicção, mas que hoje em dia eu diria: 'não quero mais tocar blues', porém faço por ser escravo desse estilo. Não consigo deixar de fazer blues. Eu fiz um disco todo em português com participações da Zélia Duncan e do Rappin Hood, e que tem pop rock, hip hop, rap. E não tem blues...

Em que pé está esse projeto?
O disco está pronto mesmo, fabricado...

Independente?
Não... bom, sim... Está saindo pela gravadora Eldorado, mas continua sendo independente. É um disco que eu licenciei pelo meu (próprio) selo, o Beastmusic, que tem parceria com a Eldorado, que fabrica e distribui. Pedi para a Eldorado esperar, por que houve uma brincadeirinha estranha e inscreveram uma música minha com o nome da minha cachorra no Festival da Oi, e a música está na semifinal. E, como o prêmio é um contrato com a Sony/BMG, resolvemos aguardar.

Tem nome esse disco?
Chama-se Outros Nunos, que na verdade para quem me conhece, sabe que esse é o Nuno de verdade, que escreve, gosta de literatura, cujos heróis são os americanos do blues, mas os ícones literários são escritores como Fernando Pessoa. Mas com a história desse concurso... O curioso é que você fica buscando a vida toda um contrato com uma major e não consegue, mas daí você inscreve a sua cachorra e de repente você ganha. É um projeto bom, mas o problema é as pessoas ouvirem com isenção. Ele deve sair em novembro, dezembro ou no começo do ano que vem. Pode até ser que saia com um pseudônimo.

Você falou sobre seus heróis do blues. Já tocou com alguns deles?
Sim. Toquei com Magic Slim, com um bocado de gente que me emocionou, mas não sou muito "bluesófilo", aquele cara que fica gravando com quem tocou, guardando palheta de todo mundo, e fotos daquele momento. Sou muito relapso nessas questões. O que eu gosto mesmo é de tocar e não de dizer com quem toquei. Eu realmente toquei com o Magic, com o Bo Didley e Ronnie Earl. Mas assim... vamos ser honestos, eu não fiz turnê com os caras, nem me apresentei no Madison Square Garden com eles. Foram jam sessions. Toquei com o Double Trouble, com o John Turner, que era baterista do Johnny Winter. Com ele fizemos várias turnês americanas. Mas tive também a honra de convidar a Zélia Dunca - Scream & Yell


Discography

Long Discance Blues (1991/1992) - CD - Movieplay

Texas Bound (1995/1996) - CD - Antone's - Eldorado / Taxim (Europe)

Long Distance Blues - (Reissued in 1998) - CD - Movieplay

Blues on the Outside (1999/2000) - CD - Trama / Taxim (Europe)

Twelve Hours (2003) - Beastmusic/FNM

Outros Nunos (2005/2006) - CD - Beastmusic / Eldorado

Free Blues (2010) - CD - Beastmusic

Photos

Bio

Born in Cabinda (Angola), Eastern Africa on Aug. 7, 1957, Nuno Mindelis became a guitar enthusiast at the very young age of 5. By the age of 9 he began building and playing self-made guitars.
A primary influence at that time was Otis Redding and his great rhythm section, Booker T. & The MG's, made up of Booker T., Steve Cropper, Donald "Duck" Dunn, and Al Jackson. Nuno continues to enjoy the work of these musicians to this day.

Nuno joined an older cousin in Canada where they formed a band playing jams and local clubs. He remained there for about a year. In 1976, following a year of separation from his family, he decided to rejoin them in their newfound home of Brazil.

Nothing eventful happened until 1990, when an independent recording he had made there began to receive airplay on local radio stations. In 1991 he was invited to record his debut solo album, "Blues & Derivados", which received very positive reviews in Brazilian media.

In 1991 he recorded his second solo album, "Long Distance Blues" for "Movieplay Records" . In this album Nuno was joined by Larry McCray, guitarist from Gary Moore's band, and French harp player J.J. Milteau, considered as the best Harp Player in France and one of the most important in Europe. The album received rave reviews from Brazilian media. As part of his promotional tour for the album, Nuno was fortunate to gain a spot in a blues festival in Sao Paulo featuring Robert Cray, Otis Clay, Ronnie Earl, Lonnie Brooks, and Bo Diddley.

1994 saw Nuno's first known recognition by a major American music magazine. "Guitar Player Magazine" profiled Nuno in an issue. In the article, Jas Obrecht (the editor at the time) compared Nuno to Jimmy Page. ("think Jimmy Page I can't quit you baby") Further recognition came in their May, 1998 issue, as Nuno was selected as "Best Blues Guitarist" in the 30th Anniversary Guitar Player Magazine Competition

In 1995 Nuno was invited to play at Antone's 20th Anniversary in Austin, Texas, opening for Guy Forsite, Junior Wells, and others. Clarence Gatemouth Brown and Storyville also performed at this event. The headlines of the Austin Blues newspaper warned of Nuno's forthcoming visit as "The South American Beast is coming!".

Later that year Nuno would record his album "Texas Bound", featuring newly made friends Tommy Shannon & Chris Layton, Stevie Ray Vaughan's rhythm section supreme, "Double Trouble".With this album Nuno gained audiences in the entire world, from Brasil to the US and Europe and had all his records licensed for the old continent by Taxim Records/Germany from then on. Texas Bound came to be the 12nd top seller in Benelux (Belgium, Netherlands and Luxemburg) sharing the shelfs with the world's biggest blues names ,BB King, Robert Cray , Buddy Guy.

In 1999 Nuno released "Blues On The Outside". Again, rave reviews from the media. This album was the Nuno's producer favorite (Eddie Stout , Antone's Records,who produced several albuns of Nunoi) and it's first track (The Grss is greener) was the top chart in all Internet blues radio stations according to Live 365 (24 hours radio monitoring) .A canadian promoter and record company executive heard the record and invited Nuno for the 25th edition of the Montreal International Jazz Festival in 2001 and did other presentations in Quebec , Ottawa . He was considered by the critic as the best blues guitar player of the festival and his presentation one of the best of the latest editions of the festival. Nuno was once again invited in 2004 , after the release of his album Twelve Hours and again played Quebec and Ottawa and also the Montremblant Blues Festival, announced along with Keb Mo, Jimmy Vaughan and others.

The reviews on Twelve Hours were so many and so praising that we may just mention a reviwer’s question in one of them : "Is the new King of the blues a man based in Brazil?" (Andy Grieg,Realblues Magazine - Canada)

In 2005 , Nuno did an album especially dedicated for Brazil. All the songs were sang in portuguese and Nuno officially showed his poetical skills for the first time, highlighting the songwriting and the fusion with other musical elements (rap,hip hop,even samba) rather than his usual guitar playing. The album received very good reviews from the main newspapers and magazines in Brazil and was considered one of year's best album.

Nuno is considered by the media and fans of his native Brazil as the best blues guitarist to ever come out of their beautiful country. His records are well played on radio stations as well as Brazilian MTV. Fans of British guitar legend Eric Clapton identify with graffiti once spray-painted on a London wall; "Clapton is God". In Brazil the graffiti says "Mindelis - Brazil's Guitar God!".