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"Pélico e a mentira do barulho"

O pai de Robson Pélico costuma contar uma história que desperta simpatia e aponta para um futuro promissor. Quando o garoto tinha 4 anos trancou-se no banheiro e, ao se pendurar na prateleira de perfumes da mãe, acabou quebrando vários frascos. Ante à pergunta preocupada do pai, o menino o tranquilizou: "É tudo mentira do barulho". Pela resposta inusitada e criativa, César Pélico passou a acreditar que estava diante de alguém a se prestar a atenção, como contou visivelmente satisfeito depois do ótimo show do filho no Sesc Pompeia há duas semanas.

Décadas depois, eis que Pélico dá outra reviravolta sobre o ruído, desta vez trocando as guitarras distorcidas do rock de O Último Dia de Um Homem Sem Juízo (2008) pela delicadeza de Que Isso Fique Entre Nós (YB Music), que tem até tuba, clarinete e fagote. Oficialmente, este é seu segundo álbum, já que ele renega e esconde as poucas cópias do primeiro, Melodrama (2003). "Ali é aquela coisa de tentativa e erro de canção", justifica-se. Tanto tentou que conseguiu. Que Isso Fique Entre Nós é que é revelador, com 16 canções, belas, passionais e confessionais.

Raro álbum com tamanho número de faixas aproveitáveis, é resultado de muita burilação de Pélico no estúdio de publicidade de Jesus Sanchez (da banda Los Pirata), onde trabalha há cinco anos. Pélico, que faz outro show no dia 9 no Studio SP, cresceu profissionalmente com Thomas Roth nesse ambiente desde 1996 e depois com Sanchez, que produziu o CD.

Além do produtor, a banda que o acompanha tem outro "Pirata", João Erbetta, que divide as guitarras com Régis Damasceno (Cidadão Instigado), Guilherme Kastrup (percussão), Richard Ribeiro (bateria). O próprio Pélico, além de cantar, toca guitarra, violão, piano e sintetizador. É quase a mesma turma do CD anterior, mas a sonoridade é bem diferente. "Até nas letras do outro disco tinha uma certa psicodelia, eram muito imagéticas e nada muito explícito. Tinha também uma grande quantidade de instrumentos, mas era tudo mais barulhento."

Evitando se repetir, e depois de ouvir muito os americanos Andrew Bird e Lhasa de Sela, Pélico achou que era hora de sair um pouco daquela "roupagem rock". As canções de temas amorosos, naturalmente surgiram mais calmas. Ele que gostava de Nirvana e Pearl Jam no auge do grunge, descobriu Ataulfo Alves com o pai e também acabou se cansando da guitarra distorcida.

Sinceridade. Não Éramos Tão Assim e Recado são duas das canções em que ele mais se expõe, frutos da fase de "atares e desatares" de uma relação amorosa. A faixa-título lembra uma bela balada dos Mutantes. Outras lidam com o tempo e a memória. Levarei traz algo de Marcelo Jeneci, Vamo Tentá e Sete Minutos de Solidão têm um pé no cancioneiro brega.

Aí é que para ele entra a sinceridade e a espontaneidade como elementos diferenciais frente a tantas milhares de canções de amor já feitas. "Diante de um momento tão íntimo se você tratar o assunto com certa arrogância, a canção vai para o vinagre", diz Pélico. "Acho que isso é que difere uma boa canção de uma em que o compositor se preocupa mais com a forma do que com a matéria-prima." Nesse aspecto, ele é bem parecido com o também paulistano Fabio Góes. Bons intérpretes das próprias canções, acessivelmente pops, eles dão o recado com inteligência e elegância.
- O Estado de S. Paulo


"Exorcizando Amores Inacabados"

Está longe de ser uma daquelas verdades universais inquestionáveis, mas por trás de um disco de canções passionais há sempre a sombra de relacionamento amoroso. E o cantor e compositor paulistano Pélico não foi exceção dessa “não regra” quando dissolveu um relacionamento de cinco anos e catalisou toda a raiva e frustração em seu segundo álbum, Que Isso Fique entre Nós. “A minha separação foi daquelas bem clichê, de o cara encontrar todos os pertences pessoais na porta ao chegar em casa”, ele relembra. “E depois de dois anos da separação me vi pensando meio que obsessivamente no que tinha acontecido. Pensei em ligar pra falar um monte ou então mandar uma carta, mas achei melhor colocar tudo nas músicas. ‘Recado’ e ‘Não Éramos Tão Assim’ são as que melhor retratam esse período.”

Só que o trabalho de Pélico é mais amplo, mirando em um amor mais amplo. “O universo das relações amorosas é algo que me move muito e ocupa 80% do disco”, ele explica. “Cantar o amor é uma coisa tão batida e sempre será, e também não tenho a pretensão de reinventar nada. Acho que a única forma de fugir disso é falar com o máximo de sinceridade da sua experiência e tentar transformar tudo em canções.”

Com alguns esboços debaixo do braço, Pélico enfiou o violão e os caderninhos na mala no começo de 2010 e partiu para uma viagem por capitais da América do Sul, como Buenos Aires, Montevidéu e Santiago. Mas foi o verão argentino que injetou sangue na sua veia de compositor. “A ideia era rodar pelas capitais, mas quando vi estava compondo sem parar em Buenos Aires e fiquei por lá uns 40 dias.” Dessa temporada nasceu boa parte do repertório de Que Isso Fique entre Nós, disco que marca uma ruptura na estética rock predominante no debute, O Último Dia de um Homem sem Juízo (2008), com canções mais delicadas e adornadas por instrumentos sofisticados, como tuba, clarinete, trompete, fagote e acordeom.

A mudança no registro vocal de Pélico, suave e cantado, também é perceptível, mas esse fato foi decorrência de uma situação cotidiana inerente à vida em uma metrópole como São Paulo, tão corriqueira como amores inacabados: “Atualmente moro em um apartamento que vaza muito o som dos vizinhos, inclusive o meu. Certo dia tinha uma plaquinha no hall escrito: ‘Por favor, depois das 22h abaixe o som e não toque violão’. Tive que me conter mais enquanto compunha, por isso da estética mais calma das músicas”, ele brinca. - Rolling Stone BR


"Best Songs 2011"

Pélico foi fundo na alma para trazer sentimentos de despedida. Neste fim sofrido de um relacionamento, ele medita que, mesmo depois do dolorido pé na bunda, conseguirá ficar em paz. - Rolling Stone BR


"Best Albums 2011"

Em seu segundo álbum, pélico pediu para isso “ficar entre nós”. Que Pélico nos desculpe, não dá para manter um trabalho tão bem acabado assim escondido. A beleza de “Não Éramos Tão Assim”, “Recado” e “Levarei” atesta o merecimento da visibilidade. - Rolling Stone BR


Discography

Still working on that hot first release.

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Bio

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