Scar For Life

O Metal em si sofre com a mania de rótulos que quase todos os bangers possuem. Basta uma banda surgir com uma proposta nova, e uns espertinhos vão e criam um novo rótulo, sem necessidade, pois já existem muitos. Isso acaba fazendo com que existam divisões entre os fãs também, e desprezo por esta ou aquela banda, que, rotulada, perde o direito a novos fãs, já que estes acabam aceitando ouvir só determinado rótulo. E isso não é bom, dividindo os fãs e evitando que boas e novas bandas surjam e consigam permanecer na ativa.

Gostaria que cada um desses que adoram rótulos ouvissem bandas como os gajos do SCAR FOR LIFE, que acaba de lançar seu segundo CD, chamado "It All Fades Away", no qual não colocarei rótulo algum, uma vez que é algo bem difícil de ser feito, já que o som da banda, coeso, firme, pesado, com ótimas melodias e forte emoção (artigo em falta hoje em dia), tem inúmeras influências que casam para lhes dar uma personalidade única.

O CD está no mesmo estilo do primeiro play da banda, embora mais maduro e mais bem produzido, pois produção sonora é extremamente bem cuidada, com cada instrumento em seu devido lugar, mas sem tirar o peso, a emoção e espontaneidade da banda em cada música.

Abrindo o CD, temos “My Darkest Journey”, com a participação de Sophie do UNDESTREAM (banda também de Portugal de Ambient/Etnich Music) que contrasta perfeitamente com a voz melodiosa e forte de Rez, fazendo desta uma música forte, melodiosa e agressiva, com as guitarras de Alex S (que também toca algumas partes de baixo no CD) soltando bases e solos à lá IRON MAIDEN, mas sem soar como uma mera cópia. Já “Cold Blood” tem algumas pitadas de Thrash Metal, mas sem perder a vocação melódica da banda, e o baterista Daniel Cardoso mostra um excelente trabalho, fora as intervenções de Sophie em momentos com salpicadas de música árabe, e ponto para os solos de guitarra, e “Never Smile Again” segue na mesma linha, apesar de seu início lento e o clima Thrash Metal melodioso do começo dos anos 90, mas o refrão é impossível de não ser cantado após a primeira ouvida. A próxima é a belíssima semi-balada “Lost”, cujo refrão é tão cheio de emoção que chega a encher os olhos de lágrimas, graças ao vocal emocionado de Rez, o belíssimo solo bem ‘Smith/Murray’ de Alex e as viradas e levadas de Daniel, que tornam esta uma das melhores faixas de todo o CD. “This Empire” é outra ótima faixa, bem como “It All Fades Aways” (onde o baixo de Sales faz bonito e a música empolga) e “Between Us”. A música “Newborn” é dividida em duas partes: “Part I: Megalomania” é mais amena que as músicas anteriores, com mais ótimas intervenções de Sales e Daniel, em uma cozinha rítmica extremamente coesa e pesada; e “Part II: Solitude” é uma lindíssima balada com violão no lugar da guitarra. Mas emoção e certo clima bem ‘Images and Words’ se ouve em “Narcolepsy”, sem, no entanto, seguir a banda ir na linha do DREAM THEATER. Ouçam e entenderão o que digo. Para fechar mantendo o nível alto do CD, vem “Here Comes the Night”, uma balada densa e cheia de pura emoção, um verdadeiro deleite para o ouvinte, e tome botão play para começar tudo de novo!

E assim, estes gajos de Lisboa mostram que nem só de Metal Extremo e de seus patrícios do MOONSPELL vive Portugal.

9/10 - WHIPLASH (BRAZIL)

The Portugal based Scar For Life has returned this time around with their sophomore debut “It All Falls Apart”. Not your typical progressive metal band either, the guys play a very dark, moody but catchy style of prog that can jell pretty well in all phases. I was really impressed upon listening to some samples from their debut on their website so I decided to pursue their new promo and I wasn’t disappointed.

Lead singer Rez is a special talent as he grinds and wails on each track keeping the momentum of each song dark and brooding. His voice has an uncanny resemblance to Jeff Bush from Armored Saint. His powerful vocals carry some of the songs as well as the fierce riff-age of Alex S, the band’s main composer and lead guitarist.

The starter track “My Darkest Journey” is a tasty blistering scarred piece that features a strong bottom heavy rhythm to carry forward. The more modern vocals in “Never Smile Again” sounds a bit like a stronger Three Days Grace if they we’re playing this type of genre. Not being a sucker for the dramatics the guys kick it into gear even on the heartfelt ballad “Lost” with a roaring scorcher that leaves traces of an inspiring pursue of not “letting go”. The more hard rock laden under groove of “Between Us” stood out for me as the soft vocals of Rez open the song, then once again the rest of the band launching into more of a thrashy sustaining groove. Both of the Newborn parts are immediatelly attainable pieces of metal wiht an alternative edgier sound, and both delivering the strongest writing on the record.

This band can’t afford to go unnoticed anymore for obvious reasons stated already. The group can create an inspiring track or two, their lead singer is solid as a rock and their main guitar man manages to brood some cohesive melodic progressive metal tunes that hold your attention. We get alot of material that is not normally worthy of a decent review, but Scar for Life is deserving of any praise they get because their music speaks for itself. I just hope is only a matter of time until they get signed to a big deal somewhere, if not whoever is not seeing the talent is blatantly not listening carefully. - GLOBAL MIND (USA)

Há pouco tempo analisámos o álbum de estreia dos Scar for Life , lançado em 2009, prometendo para breve a review do novo álbum, crítica essa que agora vos trazemos.

Se o primeiro álbum da banda ficou pautado pela sua qualidade musical e alguma originalidade, este segundo trabalho supera-o sobretudo por conter um conjunto de músicas ainda mais forte. São álbuns diferentes, cada um com as suas qualidades, mas ambos têm um som próprio reconhecido como Scar For Life, o que é extremamente positivo. O que temos neste novo álbum é um trabalho de rock/metal que não obedece a sub-géneros mas sim à espontaneidade e sinceridade notáveis de Alexandre Santos, guitarrista e compositor dos Scar for Life. Alexandre compôs onze temas variados, dinâmicos e fortes, não havendo músicas 'para encher' neste trabalho. O vocalista Rez tem uma grande performance neste álbum, mostrando ser um cantor que faz lembrar os melhores de hard rock, com um registo por vezes um pouco mais agressivo do que no álbum anterior e com uma garra inabaláveis. Daniel Cardoso foi novamente o baterista de sessão e voltou a estar muito bem, embora neste álbum os grandes destaques vão para os músicos anteriormente citados.

Passando às músicas, são várias a destacar: "Cold Blood" é um forte tema, dos mais rápidos e pesados deste trabalho. "Lost" é uma power ballad de grande nível, como também o é "Here Comes The Night", uma balada mais calma que encerra o álbum muito bem. Estas duas músicas fixam-se na cabeça e têm um grande potencial radiofónico, superando claramente a balada do trabalho anterior "My Last Words", Para isso muito contribuiu a superior prestação do vocalista Rez nestes temas. A destacar em "Here Comes The Night" também o fantástico solo de guitarra do convidado Tó Pica no final da música. A melhor música deste álbum é mesmo o tema título, pesado, com grandes melodias e um excelente refrão. "Newborn Pt. 1 - Megalomania" é outro dos destaques do álbum,, um dos temas em que Alexandre usa a mistura (mais usada no álbum anterior) de guitarras acústica e eléctrica. Nesta música de referir também a óptima combinação da bonita e suave voz de Sophie (vocalista convidada que também canta na música "My Darkness Journey"), com a voz mais rockeira e agressiva de Rez.

"It All Fades Away" é um álbum muito bom de uma banda talentosa e capaz de escrever verdadeiras músicas. Por não estarem associados a nenhum sub-género, o caminho dos Scar for Life para o reconhecimento será mais difícil, mas creio que mais tarde ou mais cedo será dado o devido valor a este óptimo colectivo nacional. Este álbum é um grande passo para isso. - METAL IMPERIUM (PT)

Alexander Santos must be feeling very proud of himself these days. Not only does he have a near-perfect debut album under his belt, but he has now delivered a worthwhile sequel titled It All Fades Away. If this is the first time you've read about Alexander and his solo project Scar for Life, you might want to check the reviews index for this writer's glowing review of his self-titled opus from 2009.

Having borne witness to the strength of the present material, it was easy to repay—yes, repay—the listening pleasure Alexander has given the world with a high score. Despite the obscurity of the underground music swamp (for it is very much a swamp), the man continues to forge ahead, carving out a beautiful niche for himself full of wondrous musicianship and expert songwriting. If you want rock that's progressive but not too far out, It All Fades Away is super recommended.

It All Fades Away launches itself to the starry heavens with the hammering crunch of down tuned guitars of My Darkest Journey where Alexander and a girl co-singer do an Evanesence meets the recent Kiske-Sommerville collaboration from AFM Records. My Darkest Journey is a decent slab of gothic rock that bands like Epica and Within Temptation have failed to deliver. The moment it climaxes with an abrupt ending, a raging speed metal ditty gets underway before a rocking anthem hooks you right in. What's so endearing about Scar for Life is Alexander is comfortable with variety. The man's no peddler of a single formula and can flit between styles with an ease that's beyond most recording artist's talent. He's also an awesome guitarist and singer, though his vocals might be too Matchbox Twenty on occasion. It's bearable at worst.

Throughout IAFA you have mournful heartfelt ballads, musical pyrotechnics galore, epic two-part songs and no shortage of juicy hooks. By the time It All Fades Away wraps at Here Comes The Night, Alexander casts a farewell spell that leaves a bittersweet aftertaste. If you think the man's already hot shit now, wait for the next album. This writer likes to think if Alexander might someday want to dabble in music away from his main solo-project—what would this guy come up with if he decides joins a thrash band and writes all the songs? It will be different for sure, but totally kick ass as usual. - DANGER DOG (USA)