Vitor Araujo
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Vitor Araujo

São Paulo, São Paulo, Brazil | Established. Jan 01, 2008 | INDIE

São Paulo, São Paulo, Brazil | INDIE
Established on Jan, 2008
Solo Classical Experimental

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"Caranguejo Alado"

Os vôos de Vitor Araújo, o pianista pop erudito que ilude o hype

Quando Vitor Araújo sobe no tradicional palco do Teatro Santa Isabel, no Recife, de All-Star preto, calça jeans e pisando no piano, a contradição daquilo tudo já virou pauta. Quando ele começa a tocar, dono de uma técnica impressionante, os jornalistas já têm mais uma linha para escrever. Enquanto o hype procura na superfície, Vitor Araújo se disfarça na essência.

O quadro acima descreve a abertura do recém-lançado primeiro DVD do músico, TOC, um dualdisc (CD e DVD em um só disco). Do alto de seus 18 anos, Vitor brinca com os clichês que lhe cercam. "Minha namorada diz que já sou uma metonímia de tanto que me chamam de 'jovem-pianista-pernambucano-prodígio'." O uso do dualdisc como plataforma de lançamento faz todo sentido no caso dele, já que, apesar de sua música falar por si, é a performance que faz todos os olhos se voltarem para o garoto.

Vitor estuda música intensamente desde a infância, apesar de se considerar disperso. "Só estudo técnica umas duas horas por dia, outras quatro fico tocando." Apesar de recusar o rótulo de pianista-roqueiro - ele afirma, convicto, que é um músico erudito -, este é o gênero que mais ouviu, seja pela formação familiar, seja pelos amigos na adolescência. Ao incluir "Paranoid Android" em seu repertório, ele quer sinalizar isso. "Radiohead é uma coisa que ouvi muito. Thom Yorke é meu pastor e nada me faltará", brinca o fã de Bach, que, nas horas vagas, tem uma banda que só toca Chico Buarque.

Herdeiro de uma genealogia recente da música pernambucana, que se renova pela fusão de referências aparentemente antagônicas, em apresentação no festival Abril Pro Rock, o músico falou para a platéia. "Como bom caranguejo, não quero andar para a frente. Quero andar para trás para me reaproximar de um estado de simplicidade em que a razão não tem razão."

De Estudando o Samba (1975), de Tom Zé, Vitor tirou mais do que a faixa que batiza o disco. Tirou também o lema que muitos cantam, mas que ele oculta no discurso. "Eu tô explicando pra te confundir, eu tô confundindo pra te esclarecer." Enquanto destila o doce dos clichês que atraem tantos olhares, dissemina uma arte bruta e densa. Sua receita é infalível. - Rolling Stone


"Vitor Araújo: “Eu me desespero com o (disco) independente”"

Vitor Araújo está no início de sua carreira. Com apenas 24 anos de idade, o músico pernambucano lançou seu segundo disco, em 2012, e se apresenta durante o mês de março no estado de São Paulo. A/B é o primeiro álbum de estúdio do músico, e o nome é uma referência aos discos de vinil, inspiração do artista para a disposição das músicas no CD e sua dinâmica. Quando lançou o primeiro álbum, TOC, Vitor tinha apenas 18 anos. Mas seu virtuosismo ao piano, a atitude no palco e a escolha de seu repertório logo o levaram ao patamar de revelação da música erudita e instrumental.

Enquanto o primeiro álbum é um registro ao vivo, basicamente de interpretações, o segundo é quase exclusivamente autoral. Dos seis temas do disco, apenas dois são de outros compositores. A/B é dividido, metaforicamente, em dois lados, como se fosse um bolachão. O “lado A” apresenta a suíte “Solidão”, dividida em quatro partes, tocada por piano solo e um quarteto de cordas. Já o “lado B” viaja entre ritmos, indo do baião ao rock, com participação especial de Naná Vasconcellos, Macaco Bong, Yuri Queiroga e a banda Rivotrill. “Há algum tempo, eu tinha alugado uma casa em Olinda, e queria ficar estudando e compondo. Em uma semana, compus cinco músicas. ‘Baião’ eu sentia que destoava das outras quatro, que tinham uma conexão. A ‘Solidão n. 4′ retoma muito sutilmente algo da ‘Solidão n. 1′. Essas quatro músicas formavam uma suíte. Ouvindo-as, sou tomado por esse sentimento de solidão. Não uma solidão de estar sozinho, mas de ser um só”, conta o músico.

Entre suas referências estão representantes da música brasileira erudita como Camargo Guarnieri e Villa-Lobos, mas também da música pop, como James Blake e Radiohead. Figuras como os pintores Modigliani e Renoir, e cineastas como Michael Haneke e Stanley Kubrick também inspiram o músico. “Eu me sinto muito influenciado pelo cinema. Cada filme que vejo molda meu estado de espírito, tem uma influência muito forte sobre mim. E isso acaba se refletindo na música também.”

O primeiro disco, TOC, que resultou também em um DVD, foi lançado pela gravadora Deckdisc. Já o segundo é lançado de modo independente, apenas com recursos próprios. Quanto à mudança, Vitor garante que cada forma de trabalhar tem suas vantagens, mas que ainda prefere o trabalho com a gravadora. “A minha carreira começou com a gravadora. Meu trabalho com a Deck foi muito bom. Na verdade, prefiro um trabalho parecido com esse. Eu me desespero muito com essa coisa do independente. Para mim, é muita energia disposta em coisas que não são música”, desabafa. Durante todo o mês de março, o músico se apresenta pelo estado de São Paulo, incluindo capital e interior. Para mais informações, acesse o perfil do músico no Facebook.
Abaixo, A/B na íntegra. - Album Itaú Cultural


"Dois novos lados da música independente brasileira"

Conhecido pelo talento precoce, o pianista Vitor Araújo lança-se como compositor no disco "A/B"

Um trabalho mais maduro, que traduz novo momento na carreira do artista. Não haverá uma única mãozinha no ar se a pergunta for quem nunca ouviu ou leu essa frase - usada à exaustão por músicos, bandas ou jornalistas na tentativa de descrever determinada obra musical.

Porém, no caso de "A/B" (2012, independente), novo disco do pianista pernambucano Vitor Araújo, infelizmente não há descrição melhor, e o clichê se torna obrigatório. Talento precoce, o jovem de apenas 23 anos acumula em seu currículo elogios rasgados de crítica e público, tanto por sua virtuose como, até então, pelas versões ao piano de músicas que compõem seu repertório de influências.

Inclua-se aí desde "Asa Branca", de Humberto Teixeira e Luiz Gonzaga, até "Paranoid Android", da banda inglesa Radiohead, entre outros sucessos da música pop nacional e estrangeira. Além, claro, das execuções de clássicos da música erudita.

Uma amostra desse balaio foi registrada no CD/DVD "TOC - ao vivo no Teatro de Santa Isabel", que pode ser considerado o primeiro "disco" de Vitor. Agora, porém, com "A/B", o pianista atinge um outro patamar. Não apenas por se tratar de sua primeira gravação em estúdio, ou por ser um trabalho quase todo autoral (seis das oito faixas são suas), mas pela qualidade do material (disponível na íntegra para download no site do artista, outra decisão muito bem vinda).

Segundo já declarou em entrevistas, foi a primeira vez que Vitor tentou dar um direcionamento estético e conceitual ao seu trabalho. A começar pela divisão bem marcada entre pop e erudito - inclusive fisicamente, já que o CD é dividido em "dois lados" (ou duas suítes), A e B, assim como um vinil. O primeiro lado é dedicado às composições de caráter erudito, parte importante da formação do jovem pianista, que se dedica ao instrumento desde os nove anos. Todas as quatro faixas levam o nome de "Solidão" (numeradas 1, 2, 3 e 4) - talvez o único elemento que sugira o teor da música que o ouvinte vai encontrar.

A essência aqui é melancolia, cuja intensidade varia de acordo com a faixa. Em Solidão n.1 o tom já começa cortante, graças à combinação dos arranjos de cordas (triste, quase um choro, assinado por João do Cello) e de voz (elaborado por Vitor, que também se encarrega do piano ao fundo). Ao longo dos quase seis minutos, a música vai crescendo até agigantar-se e revelar suas camadas. Em determinado momento, parece trilha sonora de um desses dramas dilacerantes do cinema - sem, no entanto, aproximar-se um milímetro sequer do pieguismo.

Em Solidão n.2, o clima fica ainda mais soturno e experimental, com notas frenéticas que em alguns momentos acalmam apenas para a música "tomar ar". O clima é de desespero, de limite atingido.

Já em Solidão n.3 o sofrimento toma outro caminho, surge mais lânguido, mais desejoso, com a ajuda dos trompetes do convidado Guizado e os arranjos de cordas de João Carlos Araújo.

Na última faixa, o músico oferece uma trégua ao ouvinte, com uma composição mais delicada, bem agridoce, forjada a partir da combinação entre piano e vocais etéreos ao fundo (inspirados, segundo Vitor já declarou em entrevistas, no estilo de cantar de Thom Yorke, vocalista do Radiohead). Do lado A para o B, a mudança é de 180º - do mergulho intenso, sofrido e sombrio do erudito para a um pop inventivo, que revela a pluralidade de referências de Vitor Araújo.

A primeira faixa, "Baião", foi a que, segundo o pianista, serviu de ponto de partida para a elaboração do disco, juntamente com toda a suíte anterior (A). As notas ligeiras e espertas revelam uma mescla surpreendente do ritmo nordestino com o jazz e até a música eletrônica (graças à programação de sampler elaborada pelo convidado Yuri Queiroga).

A faixa seguinte, "Jongo", de autoria do compositor brasileiro Oscar Lorenzo Fernández traz o nome do ritmo africano originado da região do Congo-Angola, e que chegou ao Brasil por meio dos negros escravos de origem bantu. Com a participação de ninguém menos que o multi-instrumentista Naná Vasconcelos (baticum, sementes, conga, gongo e vozes), Vitor faz uma releitura da obra, curtinha e deliciosa.

A faixa seguinte também é uma versão, de "Veloce", do pianista francês Claude Bolling. Agitadinha (tente não bater os pés; impossível), em boa parte por causa da dobradinha com a banda conterrânea Rivotrill (destaque para a flauta de Junior Crato).

O encerramento fica com muito rock (tá bom de mistura pra você?), com o som ora pesadão, ora meio psicodélico da Macaco Bong. Imperdível. Vale ressaltar ainda a eficiência das composições do disco em apresentações ao vivo (como mostra o vídeo da apresentação de Vitor no festival Coquetel Molotov 2012- veja no QRCode).

Um artista maduro, que se lança corajosamente como compositor, sem perder a paixão e a irreverência de adolescente. Acima de tudo, "A/B" prova ser na produção independente que a música brasileira contemporânea se fortalece. - Diário do Nordeste


"Batuque Erudito"

No recém-lançado A/B, o pianista Vitor Araújo combina ingredientes tão distintos quanto o transe de tambores africanos e a emoção de Chopin - See more at: http://bravonline.abril.com.br/materia/batuque-erudito#sthash.q1ePOJYS.dpuf

Ao final da última faixa de A/B, novo disco do pianista pernambucano Vitor Araújo, uma imagem um tanto insólita pode surgir para o ouvinte: se tivesse vivido no século 19, Araújo seria parceiro do compositor húngaro Franz Liszt, inventor da fórmula do recital de piano, até hoje vigente. O que há em comum entre eles? Certamente, a ousadia.
Diz-se que Liszt costumava colocar uma urna na entrada das salas onde tocava, pedindo ao público que escrevesse, num pedaço de papel, suas canções preferidas. O superstar sorteava o tema sobre o qual improvisaria, no calor da hora.Quem sabe Araújo tivesse dividido com o autor das Rapsódias Húngaras o gosto por registrar musicalmente cada etapa da vida. Numa visita à Itália, por exemplo, Liszt compôs um caderno de peças alusivas à viagem (Anos de Peregrinação). Do mesmo modo, se vivesse hoje, ele possivelmente produziria algo parecido com o que Araújo, 22 anos, faz no álbum que acaba de lançar: uma radiografia da cultura musical de 2012.
O raio x do pernambucano começa com o hiperromântico lado A (sim, o álbum está dividido em dois lados, a exemplo dos vinis), que traz quatro versões de Solidão. Nas duas em piano solo, a carga emocional do polonês Frédéric Chopin se mistura a arroubos lisztianos. Na terceira, intervém o trompete de Guizado, que costuma tocar com Karina Buhr e Nação Zumbi.

Frenesi
Na segunda metade do disco, rompem-se os rótulos e o pianista revela o mosaico sonoro gerador de sua personalidade. Dentre os variados sons que ele vai deglutindo, está Jongo, menção ao ritmo trazido para o Brasil no século 18 pelos escravos bantus e que ganhou uma solene casaca na peça para piano composta pelo compositor erudito Oscar Lorenzo Fernández. Araújo devolve à música os tambores originais e o transe da dança africana, numa versão em que a percussão de Naná Vasconcelos desliza sobre um piano afirmativo e um coral de vozes quase indistinto (afinal, o que importa mesmo é o frenesi do ritmo obsessivo).
Na incrível Pulp, o pianista contracena com o power trio mato-grossense Macaco Bong. Há dois movimentos: os primeiros quatro minutos têm uma guitarra selvagem acoplada à percussão, ambas contra o piano vigoroso; nos derradeiros três minutos, a música vira uma baladona. O piano acústico assume então o leme, com um vocalise, e aos poucos a bateria ocupa mais e mais espaço, até a coda final, que retoma a abertura incendiária. É a melhor performance do CD, que poderia ter sete em vez de oito faixas. Véloce não faria falta. É clonagem do jazzinho anos 60, fake, do francês Claude Bolling.
- See more at: http://bravonline.abril.com.br/materia/batuque-erudito#sthash.q1ePOJYS.dpuf - Bravo!


Discography

Toc ao Vivo no Teatro de Santa Isabel
Dualdisc (CD + DVD)
Deckdisc
2008

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A/B
CD
Independent
2012




Photos

Bio

Vitor Araujo was born in 1989 in Recife, a city located in northwestern Brazil. He began his studies at age 9 at the Conservatorio Pernambucano de Musica. He was awarded many prizes in national piano competitions througout his early years and was soon distinguished for his musical accomplishments. At age 11 he has won the Magda Taggliaferro competition in Sao Paulo and in 2001 and 2005 was awarded the prizes for best performance and best Brazilian music performance at the Josefina Aguiar piano competition.

            Early in his musical career, at age 16, he has provoked the wrath of one of Brazil's most distinguished composers, Marlos Nobre, who felt outraged by Vitor's improvisations over the original score of his work Frevo. Because of this public imbroglio emerged the first appreciations of Vitor's work as a pianist and his boldness in tempering with well-known works.

            In September 2007 he performed in one of Brazil's top instrumental music festivals MIMO (Mostra Internacional de Msica de Olinda). Having performed side by side with musical giants like Nan Vasconcelos, Egberto Gismonti, Yamand Costa, Hamilton Holanda, Isaac Karabtchevsky and others, he was considered the best show by the local paper Diario de Pernambuco. O Estado de Sao Paulo described his performance as a pleasant surprise, Jornal do Brasil gave Vitor a whole page and called him the new phenomenon of Brazilian music, and Carta Capital published: Araujo has got more than enough skill to make the piano sound human, simple.

            In December 2007 Vitor records his first live album, TOC, in Recife's most traditional theater. The program included Brazilian composers such as Villa-Lobos, Cludio Santoro and Edino Krieger but had space for other musical dialects as in his version of a Radiohead song. The lbum was released in 2008 in DVD and CD formats. He has toured all over Brazil, performing in concerthalls and rock and independent music festivals.

            Vitor was appointed best new artist of 2008 by the Sao Paulo Art Critics Association (APCA). He was also chosen by the Nickelodeon network public 2008 best new artist. In 2009 he won the prize for best original soundtrack at the Festival de Cinema de Brasilia with his composition "Valsa pra Lua".

From then on, he has performed with many Brazilian artists such as Nana Vasconcelos, Joo Donato and Caetano Veloso. Outside the music world, he has played a role in Claudio Assis's award-winning feature film Febre do Rato and perfomed as an actor with Jose Celso Martinez's historical Teatro Oficina.

In 2011 he has made his international debut in Viena at the Wiener Kozerthaus. With a packed Berio-Saal the Austrian public's ovation made him return to the stage several times.

Vitor's second studio album, A/B, was released the following year. The album is dividided into two parts: the first is an ethereal and melancholic suite with pieces for piano, string quintet and voices; the second part is much more experimental, exploring a diversity os styles and instrumental arrangements. With a repertoire composed chiefly with his own compositions, A/B was praised by the musica critics and considered one of the best releases of 2012 in Brazil.

Band Members