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"Para mandar embora a guerra"

Zeca Medeiros, o realizador de ‘Xailes Negros’, lançou um álbum para exorcizar fantasmas.
A imagem do menino outrora nascido em Vila Franca do Campo, na ilha de São Miguel, nos Açores, "está longe" e é relembrada em tons cinzentos, por força da "época salazarenta" que o regime impôs. José Medeiros, ou Zeca Medeiros como é conhecido no meio artístico, é o homem e o artista de 59 anos que nos recebe de vestes escuras, barba farta e grisalha, com um sorriso a condizer.

As aulas de piano que nunca foram levadas a sério são hoje um traço de vida e a fonte de inspiração para as músicas que oferece ao Mundo, agora através do seu 13º trabalho discográfico, ‘Fados, Fantasmas e Folias’, "uma forma de exorcizar fantasmas que são meus como os da Guerra Colonial", de dar resposta à necessidade de viajar tão própria dos insulares.

VIDA DE ARTISTA

"Comecei por aprender piano com o meu pai e depois estive num conservatório. Acabei por desistir porque preferia jogar à bola com os amigos. Ficou algo, se bem que um pouco empírico". As suas raízes musicais permaneceram de forma esbatida mas permanente dentro de si. Amadureceram quando a criança se transformou em homem. Zeca Medeiros fez da música a sua primeira profissão a bordo de um navio, nunca deixou de compor e de permitir que as notas nascessem ao piano. E é com a música que parte para os palcos. Ouvi-lo não chega. É preciso vê-lo a "guardar no camarim a sua timidez", observar a sua metamorfose.

"Há uma fronteira entre o que sou e o artista que há em mim. Quando entro no palco passo a ser actor. É uma maneira de vencer a minha timidez" que, embora seja hoje em dia menor, continua a ser um traço de carácter. Como tal, não seria de estranhar que prefira os ambientes intimistas: "Se me dissessem para cantar num estádio morria de susto".

Estranharão os desconhecedores do seu talento a forma como assume o seu papel teatral. Zeca Medeiros prefere chamar-lhe "teatrices", uma herança de família que estima com orgulho. "Sou de uma família muito ligada ao teatro amador, musicado. O meu pai era pianista. Os meus primos e tios eram actores, as minhas tias cantavam e o meu avô fazia as caracterizações", conta.

Dissociar a música das restantes paixões que lhe preenchem a alma seria destroçar a sua essência. "A primeira vez que compus uma música foi para uma peça de teatro. Era um dos actores, assistente de cena, ajudava a pintar os cenários e varria o chão", confessa com uma gargalhada sonora que lhe é tão característica. "Tinha 18 anos quando fiz a primeira música que, curiosamente, foi para o teatro".

OS FILMES

Desde então muitas outras se lhe seguiram, desta feita para conferir sentimento aos telefilmes e produções televisivas que também realizou, nomeadamente para a RTP e RTP Açores. Produções como ‘Xailes Negros’ ou ‘Gente Feliz com Lágrimas’ – transmitidas pela televisão estatal em 1986 e 2002, respectivamente – fazem parte do seu vasto currículo, ou não fosse esta uma paixão que remonta aos tempos em que o seu pai lhe mostrou uma janela para o mundo repleta de heróis e vilões. "Lembro-me do dia em que o meu pai me explicou que havia uma equipa atrás da câmara e que um senhor – o realizador John Ford – dirigia tudo aquilo".

Não seria, contudo, essa a sua grande referência na Sétima Arte, mas sim Orson Welles. O encanto que o trabalho atrás das câmaras lhe havia provocado em tenra idade persiste até aos dias de hoje de uma forma necessária, "orgânica". Por essa razão, sempre que a urgência da música serena é frequente vê-lo envolvido em novos projectos. Nos últimos seis anos "fiz muitas coisas, entre elas a teatrice musical ‘O Sorriso das Criptomérias’, o telefilme ‘A Ilha do Arlequim’ e o filme ‘Antero – Palácio da Ventura’.

Na península – designação mais doce do que a palavra ‘continente’ – só passou este último", facto que conseguiu graças à sua persistência. Hoje, com o pensamento no álbum que trouxe à luz, já projecta novos desafios. "Estou a pensar num espectáculo com música, vídeo e teatro. Também já tenho material para um novo disco. É o vício, o ofício".
- Correio da Manhã (journal)


"Fados, Fantasmas e Folias"

Novo disco de Zeca Medeiros «Fados, Fantasmas e Folias» tem a particularidade de ser um disco duplo e também um livro, repleto de letras de canções, ilustrações e fotografias. Zeca Medeiros é um importante embaixador dos Açores, de onde é natural, através da inclusão de ritmos tradicionais na sua música. Mas mais do que uma representação do arquipélago açoriano, este disco (que também é livro) é uma viagem pela história de cada um e pelas memórias comuns de todos os portugueses. São ainda de destacar as participações de Carlos Guerreiro («Gaiteiros de Lisboa»), do jovem pianista Jorge Silva, de Manuel Rocha («Brigada Victor Jara»), de João Afonso, de Uxia, de Mariana Abrunheiro, do grupo «Moçoilas», de Filipa Pais, de Rui Veloso, de Marta Rocha Pereira, Pilar Silvestre, Helena Oliveira e Minela.

Do disco fazem ainda parte «A Ilha de Arlequim» e «Balada da Praia do Norte»,escritos para o tele-filme «A Ilha de Arlequim».“Fados, Fantasmas e Folias” está disponível na “Loja Açores”, em Lisboa, e na Livraria “Páteo das Letras”, em Faro, estará igualmente disponível na “Loja Açores” de Ponta Delgada.

“A voz dramática de José Medeiros, dramática no sentido teatral do termo, de uma dicção que reflecte a própria experiência de representação do cantor e que alia ao timbre grave um intuito de fala para o outro, mesmo quando o actor se encontra sozinho na cena da canção, sem mais acompanhantes vocais”.

Urbano Bettencourt

“Mas mais do que uma representação do arquipélago açoriano, este disco (que também é livro) de Zeca Medeiros é uma viagem pela história de cada um e pelas memórias comuns de todos os portugueses. Além de ser pontuado aqui e além de citações a diversas áreas artísticas que revelam a cultura que está impregnada de forma indelével ao artista.”

Ricardo Boléo, Escritor e Dramaturgo
- Azorad


"Entrevista Zeca Medeiros"

Zeca Medeiros, considerado por muitos como o Tom Waits português pela rouquidão da sua voz e pela bruma que emana das suas canções interpretadas ao piano, acaba de lançar “Fados, Fantasmas e Folias”. Duplo álbum sucessor de “Torna Viagem”, a obra fundamental de música popular atlântica ou fado viageiro (como o próprio Zeca lhe chama) que conquistou o prémio José Afonso de 2005.


“Fados, Fantasmas e Folias” é mais um trabalho revelador de um artista multifacetado que se divide entre a televisão, o canto, a poesia, o teatro e as artes plásticas. Um disco inspirado, uma vez mais, tanto na natureza selvagem dos Açores, como nos ambientes fumarentos de cabarés. Uma obra de grande fôlego em que o valor da amizade, dos inúmeros amigos participantes neste disco, fazem transbordar qualquer tentativa de emparteleirarmos este disco em apenas um género musical. João Afonso, Uxia, Paulo Borges, Rui Veloso, Jon Luz, Carlos Guerreiro, Moçoilas, Filipa Pais navegam com Zeca neste barco que rasga todo o Atlântico.

Um dia antes de ser apresentado ao vivo em São Miguel, na Livraria «Solmar» de Ponta Delgada (pelas 21h), Zeca Medeiros revela aos ouvintes da Terra Pura algumas canções e algumas das histórias de “Fados, Fantasmas e Folias”.
- Crónicas da Terra


"Zeca Medeiros"

"Um cantautor absolutamente referencial na história das últimas décadas da música portuguesa." - Ana Sofia Carvalheda, Antena 1


"Zeca Medeiros"

“E, depois, há sobre tudo isto a voz dramática de José Medeiros, dramática no sentido teatral do termo, de uma dicção que reflecte a própria experiência de representação do cantor e que alia ao timbre grave um intuito de fala para o outro, mesmo quando o actor se encontra sozinho na cena da canção, sem mais acompanhantes vocais. Boa viagem, pois, a quem chegar e aceitar o convite de “Zeca” Medeiros.” - Urbano Bettencourt


"Zeca Medeiros"

“En este terreno que se mueve como pez en el agua destaca 'Sempre ha-de ficar uma semente' con el acompañamiento vocal de Mariana Abrunheiro (ecos de Ute Lemper). Pero Medeiros siempre encuentra espacio y disposición emocional para la canción, bien con el único acompañamiento del piano u otros instrumentos. 'Barco Feiticeiro' es uno de esos momentos tiernos y acariciantes. Este viaje por el océano lleva hasta historias de leyenda tan conocidas como la de 'Moby Dick', la ballena blanca, con una atmósfera celta y uno de los arreglos más brillantes del disco (...) Aconsejable, muy aconsejable. - Maxi de La Peña


"Zeca Medeiros"

"O Zeca nunca canta a mesma canção duas vezes da mesma maneira. Fá-lo com a voz portentosa e única que recebeu dos deuses, mas também com as mãos, o rosto, o coração - o corpo todo, afinal, porque tudo nele é música" - RTP - Viriato Teles


"Zeca Medeiros"

“Tirei a tarde de domingo para enfiar as orelhas (e os ouvidos e o mais que estivesse à mão) no novo disco de José Medeiros (o Zeca Medeiros, grande Artista e enorme Cidadão) o CD duplo "Fados, Fantasmas e Folias". Foi uma tarde ainda melhor passada do que eu poderia imaginar com todo o meu desenfreado optimismo. Grande Disco.” - António Macedo, Antena 1


"Zeca Medeiros"

“Fados, Fantasmas & Folias", um duplo-álbum (mais um luxuoso livro com dezenas de páginas repletas de textos, poemas, fotos, ilustrações...) que faz justiça à arte de Zeca Medeiros. Voz maior da música açoriana e portuguesa, Zeca é também compositor, realizador de cinema (e, principalmente, de históricas séries de TV) , encenador, actor (...) É muitíssimo mais que o "Tom Waits português". - António Pires, Jornal I


"Zeca Medeiros"

“Um dos segredos da música cá da terra, um verdadeiro actor-poeta da canção.” - Mário Lopes, “Público”


Discography

Albuns:
1983 - "Rimando Contra a Maré"
1986 - "Ala-Bote!"
1986 - "Xailes Negros" (EP)
1995 - "Feiticeiro do Vento"
1998 - "7 Cidades, a Lenda do Arcebispo"
1999 - "Cinefilias e Outras Incertezas"
2004 - "Torna-Viagem"
2010 - "Fados, Fantasmas e Folias"

Sound-Tracks

    * 1986 - "O Barco e o Sonho"
    * 1986 - "7 Anos de Música"
    * 1986 - "Mau Tempo no Canal"

Special Colaborations

    * 1986 - "Toadas do Vento Ilhéu"
    * 1995 - "Danças e Folias" (Brigada Victor Jara)
    * 1995 - "Ópera do Bandoleiro" (Carlos Clara Gomes / Trigo Limpo)
    * 1996 - "Caminhos" (Dulce Pontes)
    * 1996 - "Alma" (Ala dos Namorados)
    * 1997 - "Encontros" (João Lóio)
    * 1997 - "A Voz e a Guitarra" (Vários artistas)
    * 1997 - "Balada do Atlântico"
    * 1998 - "Cantigas de Amigos" (João Balão e José Moz Carrapa)
    * 2009 - "MDLXIII" (In Peccatum)

Photos

Bio

José Medeiros was born in Vila Franca do Campo, December 9, 1951. He is a portuguese musician, composer, actor, also known in the art world by Zeca Medeiros. Originally from the island of São Miguel, Azores, he worked in RTP (Portuguese National TV) for about thirty years.

His focus on the production of TV fiction in the region of the Azores, delivered us remarkable works like "Balada do Atlântico, "Xailes Negros", "Mau Tempo no Canal", "O Barco e o Sonho", "Gente Feliz com Lágrimas", "O Feiticeiro do Vento, "A Ilha de Arlequim” and "O Sorriso da Lua nas Criptómerias”. Any of these works, performed by José Medeiros, ranked with the best of what was done, and do, on Portuguese television.
In 1978 he recorded the singles "Pedrada no Charco"and "Vida Roseira".

In 1995, the album "O Feiticeiro do Tempo" was nominated for the prize José Afonso. In 1999, José Medeiros edited "Cinéfilias e Outras Incertezas", winner of the Prize José Afonso that same year.
"Torna Viagem"also won the prize José Afonso in 2005.
On April 19, 2007, he was awarded the "Career Award - Prestige. "
In 2010, he released "Fados, Fantasmas e Folias.